Fake agora é moda. Corrijo: já faz um bom tempo. Mas o termo se tornou mais popular recentemente. Mentira deixou de ser mentira — agora é fake news. O sujeito faz uma conta na rede social com nome e foto falsa para bisbilhotar a vida a vida alheia: fez um fake. A pessoa compra uma bolsa Lui Vitão, ou um tênis da Naike; tá na cara que é fake. Até os golpistas agora se passam por alguém que não são nas redes, um perfil fake. Aliás, aconteceu comigo esses dias: quando vi, tinha outro Caio Conechoni importunando meus contatos por aí. Me senti importante.
Estou surpreso, aliás, que fake ainda não virou diagnóstico. Síndrome do membro fantasma? Síndrome do membro fake. Alucinação não-psicótica, conhecida como pseudoalucinação? Alucinação fake. Imagina a pseudociese, a tal da gravidez psicológica? Ora, é fake. Por falar nisso, acho curiosa essa associação do psicológico com o fake. Porque é psicológico, deve ser fake. Até escuto o fulano dizendo “isso aí não é nada, é só psicológico” como quem diz “isso não é nada, é fake”.
Os psicólogos ficam loucos com isso. Os psiquiatras, suponho, também não gostam. É claro, estas categorias dependem da realidade daquilo que é psicológico. Se não for assim, psiquiatra pode ser substituído por neurologista. E psicólogo por… por quê? Mas vou dizer um negócio importante, tanto que vou até destacar em um parágrafo exclusivo:
Você é meio fake.
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